Casal branco com filho asiático processa clínica de fertilização

Imagine passar anos tentando engravidar, sem sucesso. Depois de muitas tentativas, testes negativos e todo tipo de dica, investir uma fortuna em fertilização in vitro. Ver seu bebê nascer e ter a sensação de ser mãe e pai pela primeira vez. Porém, depois de dois anos, perceber que talvez ele não seja tão seu quanto você imaginava, pelo menos geneticamente falando.

Eles tentaram por anos, até decidirem que era o grande objetivo de suas vidas. Assim, recorreram à clínica de fertilização Instituto de Medicina e Ciência Reprodutiva de St. Barnabas, localizada em Nova Jersey (EUA). Tudo corria bem, até que perceberam que a pequena apresentava traços orientais, sem nenhuma ascendência na família.

Casal processa clínica de fertilização

O caso aconteceu nos Estados Unidos, com Koedderich e Drew Wasilewski. Eles eram casados, porém as adversidades do dia a dia e um fato inusitado acabaram distanciando o casal. Eles investiram cerca de 500 mil dólares no procedimento de fertilização, que dá mais de 2 milhões de reais! E em contrapartida, tiveram o óvulo fecundado pelo espermatozoide errado.

Isso gerou muita insegurança e discussões dentro do casamento, pois de acordo com um exame de DNA, a filha do casal era biologicamente compatível somente com a mãe. Ou seja, ou a clínica tinha errado ou a mãe tinha sido infiel no casamento. Com o tempo, o casal se separou, muito por causa do desgaste também.

Porém eles estão juntos, processando a clínica de fertilidade, a fim de evitar que façam isso com outras famílias. Além disso, o pai quer saber se tem outros filhos, além da sua menina. Segundo ele, as crianças e ele têm o direito de saber a verdade. Se seu espermatozoide não foi para o óvulo da esposa, para quem foi?

Dilema

Não há a menor dúvida de que ele é o pai da menina, hoje com 6 anos, pois pai é também aquele que cuida, dá carinho e ensina. Não é que eles não amem a pequena, pelo contrário. É exatamente para que ela possa conhecer suas origens e entender o porquê de ser tão diferente dos pais, caucasianos.

Ela ainda não sabe sobre toda essa confusão e nunca se questionou sobre a diferença. Porém, um dia ela vai se questionar, vai estudar os grupos sanguíneos na escola e ver que alguma coisa não está batendo. O que fazer nesse momento? O que dizer? Esse é um pesadelo que os pais remoem todos os dias, na expectativa de que esse dia demora a chegar.

O que ele pode fazer, de acordo com suas próprias palavras, é manter a mente positiva. Ele diz: “todo dia eu repito ‘faça o melhor que puder’ e espero que tudo saia bem”. Uma história que seria marcada pela superação e realização de um sonho, é agora uma questão de justiça. Que essa família encontre o seu caminho com tranquilidade e acima de tudo, união.