Bebê que perdeu a mãe com covid-19 recebe alta em Belém

O pequeno Pietro veio ao mundo em meio à pandemia de coronavírus, e precisou nascer às pressas de um corpo que estava infectado em estado grave. Só assim haveria chances de sobreviver. Logo em seus primeiros minutos de vida, o pequeno foi entubado para garantir que tivesse uma boa respiração.

Pietro ficou no hospital por 23 dias, recebendo todos os cuidados na UTI neonatal. Durante alguns destes dias, a mãe do bebê também permaneceu internada, mas não resistiu à gravidade dos sintomas.

Porém, o pequeno Pietro foi um bebê forte. Ele não poderá sentir o abraço da sua mãe que o esperava cheia de amor, mas recebeu alta e agora tem toda uma vida pela frente junto do pai e da irmãzinha de 5 anos.

Como aconteceu

Este caso aconteceu no dia 30 de março, no Hospital das Clínicas Gaspar Vianna, em Belém. A gestação de Pietro já corria uma parcela de risco mesmo antes da pandemia, pois sua mãe era portadora de estenose mitral, que é uma má formação em uma válvula do coração. Ela já tinha sido operada há 9 anos, mas era preciso ter alguns cuidados extras durante a gravidez.

Quando estava com 34 semanas, a gestante foi levada ao hospital com febre e dificuldade para respirar. Então, os médicos entenderam que seria melhor fazer uma cesárea de emergência para evitar colocar a vida do bebê em risco, já que a mãe estava em estado grave.

“Ele necessitou de manobras de reanimação ao nascer e foi encaminhado para a UTI neonatal. Ele ficou entubado por nove dias, recebeu oxigênio, foi medicado com antibióticos e drogas vasoativas no período crítico, ele também apresentou crises convulsivas”, explicou Andrea Torres, chefe da UTI neonatal.

Por conta dos sintomas, os médicos logo desconfiaram que a gestante pudesse estar com covid-19. Passados 3 dias do parto, veio a confirmação da doença e ela foi transferida para a fundação Santa Casa de Misericórdia. Mas, o quadro respiratório piorou, e no dia 11 de abril a mãe faleceu.

“O Pietro resistiu bravamente e vai pra casa sugando bem e sem sinais clínicos e princípio de sequelas”, comemorou a médica Andrea Torres.

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