Apatia pode ser o sintoma que aparece mais cedo em caso de demência
Crédito: Freepik

Apatia pode ser o sintoma que aparece mais cedo em caso de demência

Um estudo de anos revelou que as pessoas com o gene defeituoso da demência começam a apresentar sinais muito tempo antes do diagnóstico, sem que percebam

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A demência é uma classe de doenças onde se encaixa o Alzheimer, que ainda não tem cura. Mas, diversas equipes médicas pelo mundo realizam estudos contínuos para que, um dia, seja possível decifrá-la, prevenir que se desenvolva, regredir seus danos ou impedir sua evolução.

Uma das notícias mais recentes divulgadas sobre o tema veio de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, que foi publicado no dia 14 de dezembro.

O estudo sugere que a apatia é um dos primeiros sintomas que surge até anos antes nas pessoas que vão desenvolver algum tipo de demência. Essa apatia se caracteriza pela falta de interesse ou motivação pelas coisas, e é muitas vezes confundida com a depressão.

No entanto, existe esse risco de que o sintoma seja um sinal da doença que está por vir, geralmente diagnosticada entre os 45 e 65 anos de idade.

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Conforme relataram os pesquisadores, estudos de escaneamento do cérebro mostraram que, em pessoas com demência frontotemporal, ela é causada pelo encolhimento em partes específicas na parte frontal do cérebro. Quanto mais grave o encolhimento, pior a apatia.

“Quanto mais descobrimos sobre os primeiros efeitos da demência frontotemporal, quando as pessoas ainda se sentem bem consigo mesmas, melhor podemos tratar os sintomas e retardar ou mesmo prevenir a demência”, explica uma das autoras do estudo, Maura Malpetti, cientista cognitiva do Departamento de Neurociências Clínicas da Universidade de Cambridge.

O estudo em questão reuniu 304 voluntários saudáveis que carregam o gene defeituoso responsável pela demência frontotemporal, e 296 parentes delas que têm genes normais.

Foram anos de estudo, sem que a maioria das pessoas soubesse que era portadora do gene defeituoso, para que essa informação não atrapalhasse os resultados.

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“Ao estudar as pessoas ao longo do tempo, em vez de apenas tirar uma foto [do momento], revelamos como até mudanças sutis na apatia previam uma mudança na cognição, mas não o contrário”, observa Maura Malpetti.

Em todo o tempo de estudo, os médicos puderam observar que as pessoas com a mutação genética que causa a demência frontotemporal tinham mais apatia do que outros membros de sua família. E que, depois de dois anos, essa apatia aumentou muito mais do que nas pessoas com genética normal.

Esses resultados foram realmente importantes para que se consiga entender melhor as demências e sua progressão, que não começa de repente. Assim, os pacientes com uma predisposição à demência podem iniciar um tratamento muito antes do que acontece hoje em dia, e os resultados podem ser incomparavelmente melhores na qualidade de vida.

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