escravo
Imagem ilustrativa - Crédito: Freepik

Idosa é resgatada depois de 72 anos de trabalho escravo doméstico

Esse foi o caso de trabalho escravo de mais longa duração registrado no Brasil desde 1995

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A abolição da escravatura no Brasil ocorreu em 1888, assinada pela Princesa Isabel. Embora tenha sido um marco importantíssimo para os direitos humanos, ainda há muitas pessoas no país que vivem em situação de trabalho escravo para sobreviver.

No Rio de Janeiro, foi descoberto, recentemente, o caso de mais longa duração de trabalho escravo já registrado, desde que o Brasil criou o sistema de fiscalização para enfrentar esse crime, em maio de 1995.

Uma senhora de 84 anos foi resgatada de condições análogas às de escravo após 72 anos trabalhando como empregada doméstica para três gerações de uma mesma família, todos os dias, sem receber salário.

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O resgate da idosa que passou a vida fazendo trabalho escravo

Sofá em que a idosa dormia ficava na antessala do quarto da dona da casa
Imagem: AFT

O resgate da senhora foi coordenado pela Auditoria Fiscal do Trabalho no Rio de Janeiro e contou com a participação do Ministério Público do Trabalho e do Projeto Ação Integrada, que garante atendimento psicossocial.

A ação de fiscalização começou em 15 de março e ainda não terminou, pois está em fase de negociação do pagamento dos salários e direitos atrasados. Mesmo assim, já ficou configurada a situação de trabalho análogo ao de escravo.

De acordo com reportagem do UOL, com informações da fiscalização do caso, os pais da idosa trabalhavam em uma fazenda no interior do estado, que pertencia à família Mattos Maia.

Aos 12 anos, ela se mudou para a residência do casal proprietário para fazer serviços domésticos. Quando faleceram, ela foi para a casa da filha deles, onde manteve suas atividades, incluindo o cuidado com as crianças.

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Hoje, atua como cuidadora da empregadora, apesar de ambas terem quase a mesma idade. Ao todo, a idosa serviu três gerações da família, uma vez que, na residência na Zona Norte da cidade, também reside o neto dos patrões originais.

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Alegam que a tratavam como se fosse da família

De acordo com o auditor fiscal do trabalho, Alexandre Lyra, que coordenou a ação, os empregadores afirmaram que os serviços domésticos não eram trabalho, mas uma colaboração voluntária no âmbito familiar.

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“Em casos como este ouvimos sempre a afirmação de que a vítima é ‘como se fosse da família’. Mas para essa pessoa da família não foi permitido estudo, nem laços de amizade externos ou mesmo conduzir a própria vida. Essa pessoa da família dorme em um sofá, em um espaço improvisado como dormitório em uma antessala do quarto da empregadora, de quem ela era cuidadora”, diz.

O caso dessa senhora ainda está em andamento, por isso, o Ministério Público não pôde repassar mais informações.

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Fonte: UOL Notícias

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