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Mulher descobre doença no cérebro depois de 30 anos sofrendo com dores de cabeça

Toda a vida de Monique foi afetada pela doença e pela falta de um diagnóstico correto que ela só conseguiu aos 35 anos

Crédito: Arquivo pessoal

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Aos 46 anos de idade, Monique Neves é mãe de 4 filhos, aposentada por invalidez, dona de casa e diagnosticada com uma doença congênita no cérebro chamada MAV – Malformação Arteriovenosa. Hoje em dia ela conta que vive feliz, pois finalmente, depois de 35 anos sofrendo com dores de cabeça e outros efeitos colaterais, descobriu o que tem.

Tudo começou quando Monique tinha 7 anos de idade. Ela reclamava com a mãe que sentia dores de cabeça o tempo todo. Foi levada ao oftalmologista, que diagnosticou estrabismo e baixa visão no olho esquerdo. As dores, o médico disse que eram porque ela forçava muito a visão. Então, recomendou óculos, mas as dores não passaram.

Crédito: Arquivo pessoal

Como resultado, Monique não tinha um bom rendimento escolar, tirava notas baixas e não tinha qualidade de vida porque estava sempre com dores de cabeça. Mas, os professores diziam que ela tinha déficit de atenção.

Quando estava com 15 anos, ela resolveu ir ao neurologista que, sem fazer exames, diagnosticou enxaqueca. Receitou medicamentos, mas não funcionou. As dores eram latejantes e constantes, e nenhuma dica caseira fazia efeito.

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Frustrada e sem se livrar da dor, Monique se acostumou com aquela vida e passou a acreditar que jamais iria se curar. Tocou a vida assim. Se casou, fez curso técnico em Segurança do Trabalho e teve duas filhas.

Crédito: Arquivo pessoal

 

Com 35 anos ela engravidou do terceiro filho e sofreu uma paralisação da coxa direita. O médico disse que era o peso da barriga, mas mesmo depois do parto a paralisação permaneceu. Então, depois de uma ressonância, diagnosticaram hérnia de disco.

Um dia, quando estava com seu bebê, Monique teve a pior dor de cabeça da vida e foi quando um médico finalmente pediu uma tomografia e trouxe o diagnóstico correto: MAV – uma bomba que poderia explodir a qualquer momento.

O dia 24 de outubro de 2010 ficou marcado na vida dela, por finalmente descobrir a causa de suas dores constantes e incapacitantes.

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O médico recomendou que Monique consultasse com um neurocirurgião que explicou mais detalhes sobre a doença e recomendou que ela operasse para remover a MAV. Mas, antes, ela precisava clipar aneurisma do lado direito do cérebro para que a cirurgia fosse mais segura.

Na cirurgia, que ocorreu em 10 de dezembro de 2010, o médico cortou o nervo óptico de Monique, por um erro, e a deixou cega do olho direito. Ele não assumiu a falha e ela deixou de se consultar com ele.

Pouco mais tarde, Monique engravidou do quarto filho e teve sua primeira convulsão. Em busca de mais respostas e de ajuda, junto com a filha ela encontrou na internet a história de uma mulher que tinha MAV e ia operar. Monique foi ao mesmo médico, que recomendou não fazer a cirurgia devido ao alto risco, que era maior do que os benefícios.

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Crédito: Arquivo pessoal

Foi assim que Monique desistiu de operar e passou a aceitar sua condição, agora com menos dores de cabeça. Ela então criou um grupo de apoio nas redes sociais para reunir e tirar dúvidas de pessoas com MAV.

“Acredito que Deus me deu essa doença e me deixou cega para me dar a missão de ajudar o próximo e para mostrar que a vida é mais do que trabalhar e ganhar dinheiro. Hoje tenho uma vida mais simples, sou aposentada por invalidez, dona de casa, mãe, convivo com a MAV e sou muito mais feliz.”

O que é MAV?

A malformação arteriovenosa cerebral é um enovelado de vasos anormais dispostos entre vasos arteriais, que levam sangue até a malformação, e vasos venosos, que drenam o sangue até a circulação normal.

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É uma condição congênita, ou seja, que se forma enquanto o bebê está no útero. Os sintomas são os que Monique apresentou, como dores de cabeça frequentes, perda de visão, convulsões, déficit cognitivo, problemas de memória, problemas motores nos braços e pernas e alteração de sensibilidade. Nem sempre vão surgir todos os sintomas, mas há o risco.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da MAV é feito com tomografia, ressonância magnética e angiografia digital. Os tratamentos dependem de cada caso, podendo ser:

Radiocirurgia: realizada com radiação dirigida em forma muito precisa, sendo de preferência para lesões muito pequenas em localizações de difícil acesso;

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Embolização: a injeção de substâncias pelas artérias até os vasos que nutrem a MAV, com a intenção de diminuir a fluxo de sangue que chega até ela);

Microcirurgia: só ou com prévia embolização da MAV;

Tratamento expectante: quando não existe uma opção terapêutica devido ao alto risco de complicações.

A cura só é considerada quando há possibilidade de fazer uma cirurgia para remoção completa da MAV, o que não ocorre em todos os casos.

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