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Aprenda a identificar a depressão

A depressão é uma das principais causas do suicídio. Veja como identificá-la

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Você já ouviu falar no Setembro Amarelo?

A campanha teve início no Brasil, em 2014, por meio do CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), o Setembro Amarelo busca conscientizar as pessoas sobre o suicídio.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos de suicídio poderiam ser prevenidos. Informação e apoio são os maiores aliados da causa. De acordo com dados divulgados, cerca de 32 brasileiros se suicidam diariamente, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer.

Mas, o que leva uma pessoa a dar fim à própria vida, se o instinto maior de todas as espécies é a preservação da própria vida? A psiquiatria enxerga o suicídio não como um desvio moral ou uma falha de caráter, mas sim como uma atitude extrema, resultante de um transtorno grave, com causas psíquicas e/ou emocionais.

O motivador mais comum é a depressão grave, seguida pelos transtornos psicóticos, como a esquizofrenia, e, depois, pelos transtornos de personalidade.

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Vamos falar um pouco sobre a depressão

Nem todas as pessoas que possuem depressão sabem que estão doentes. Ela se manifesta de forma silenciosa na maioria dos casos, e envolve sentimentos como angústia, tristeza, frustração, desânimo, desmotivação, resultantes de experiências traumáticas vividas no passado, das quais ainda não nos conseguimos libertar.

A depressão é uma âncora que amarramos em nosso próprio pescoço, levando-nos para o fundo. A doença pode afetar qualquer pessoa, em algum momento de suas vidas. Um relatório divulgado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) revelou que há maior incidência entre os adultos mais velhos, afetando 2% mais mulheres entre as idades de 55 e 74 do que homens. Em todos os outros grupos etários, as mulheres apresentaram um índice 1,5 vezes maior que os homens.

É necessário entender também que depressão não é tristeza. O sentimento de tristeza envolve, quase sempre, experiências dolorosas, frustrantes, infelizes e estressantes, como a perda de ente querido, divórcio, desemprego ou a descoberta de uma doença grave. Já a depressão não passa, necessariamente, por algum fato dramático, lamentável ou doloroso. Ela resulta da interação de fatores como genética, mudanças neurobiológicas e causas ambientais, mas também pode ocorrer numa vida normal, em alguém que não tenha experimentado qualquer situação traumática ou dolorosa.

Há alguma controvérsia sobre se a depressão deve ou não ser tratada como doença. Contudo, do ponto de vista psiquiátrico, o que a torna uma doença é o fato de que nesse estado, há uma tristeza patológica que é intensa e mais duradoura, associada a outros sintomas como anedonia (incapacidade de sentir prazer), perda de peso e apetite, abulia (falta de energia), dificuldades de concentração, dificuldade para dormir, fadiga, sentimento de culpa, estresse e pensamentos suicidas.

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Veja quais são as principais características da anedonia:

  • Desinteresse pela própria vida e pelos acontecimentos do entorno;
  • Incapacidade de sentir prazer com qualquer coisa;
  • Cansaço extremo;
  • Desapego emocional;
  • Dificuldade nas relações sociais;
  • Irritabilidade constante;
  • Falta de iniciativa;
  • Incapacidade para realizar qualquer atividade por pura apatia.

É possível identificar alguns sinais de depressão. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, para que o estado depressivo seja evidente, o indivíduo deve apresentar pelo menos 5 sintomas entre os listados abaixo:

  • Tristeza profunda e contínua;
  • Baixa autoestima;
  • Choro frequente;
  • Inquietação e ansiedade;
  • Cansaço exagerado, sonolência e indisposição;
  • Perda de interesse por atividades;
  • Dores de cabeça constante;
  • Tensão na nuca, ombros e dores no corpo;
  • Perda do apetite;
  • Problemas digestivos e dor no estômago;
  • Insônia ou sono excessivo;
  • Alterações hormonais;
  • Imunidade baixa;
  • Alterações de peso;
  • Sensação de fracasso e inutilidade;
  • Pensamentos suicidas.

A depressão atinge mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da OMS, e já é uma das doenças mais incapacitantes do mundo. No Brasil, 5,8% da população sofre com o problema, o que faz com que o país lidere o ranking na América Latina, com mais de 11,5 milhões de pessoas. Uma das principais dificuldades para o diagnóstico é a falta de informação.

Listamos alguns dos principais fatores que podem desencadear um estado depressivo:

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  • Fatores genéticos;
  • Falta de apoio da família e amigos;
  • Estresse;
  • Limitações físicas;
  • Gravidez;
  • Transtorno bipolar;
  • Doenças gástricas;
  • Depressão anterior;
  • Histórico familiar de depressão ou transtorno bipolar;
  • Desordem pré-menstrual;
  • Vítimas de violência doméstica;
  • Vítimas de traumas;
  • Pós-parto;
  • Síndrome do intestino irritável.

Como a maioria das doenças, a depressão também pode se apresentar em diferentes tipos:

Transtorno depressivo grave

É a forma mais incapacitante. Impossibilita a pessoa de trabalhar, estudar e até fazer as tarefas mais rotineiras como comer e dormir. O distanciamento da família e do mundo é o principal fator de alerta.

Transtorno distímico

Menos grave que o anterior, tem a maior duração: no mínimo dois anos. Os sintomas vão desde o desânimo até o desinteresse pela realização de qualquer atividade, mesmo aquelas que antes eram prazerosas. Mesmo assim, a pessoa ainda é capaz de se manter sociável e ter uma vida próxima do “normal”.

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Tratamento para depressão

A boa notícia é que a depressão tem cura. Buscar ajuda é o primeiro passo para isso. O tratamento envolve terapia e medicação e muito apoio da família e dos amigos. Mas reconhecer-se com o problema, muitas vezes, não é fácil para a maioria das pessoas.

Algumas levam a vida sem entender o que se passa consigo mesmas. Às vezes, o problema acaba sendo identificado por alguém próximo, pois os sintomas da depressão quase sempre afetam também amigos e parentes.

O tratamento pode variar de pessoa para pessoa. Alguns métodos alternativos podem funcionar, mas na maioria dos casos, as maiores chances de melhora envolvem uma combinação de apoio social, mudanças no estilo de vida, desenvolvimento de habilidades emocionais e ajuda profissional.

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Por ser uma doença silenciosa, é comum que só seja diagnosticada quando o quadro já está avançado. Infelizmente, apenas 30% dos casos são tratados adequadamente e o agravamento da doença pode levar a pessoa ao suicídio.

Dados da OMS estimam que 15% das pessoas com depressão acabam cometendo suicídio. No geral, o suicida encontra nesse ato, uma forma de escapar ou terminar com o seu sofrimento (que, quando chega nesse nível, torna-se insuportável) ou um desejo desesperado de comunicar o seu sofrimento ao mundo e pedir ajuda.

Se você tem esses sintomas, ou conhece alguém que tenha, procure ajuda profissional.

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Atenção: As dicas do site não substituem uma consulta ao médico.

Fonte: Melhor com Saúde

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