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Guerra na Ucrânia: por que não há tropas de outros países no conflito?

Os países que querem ajudar de alguma forma, estão fazendo isso por outros meios

Destroços de aeronave não identificada que colidiu com uma casa em uma área residencial em Kiev Imagem: Umit Bektas/Reuters

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A guerra entre Rússia e Ucrânia está quase completando uma semana. Civis estão morrendo, cidades estão sendo (ainda mais) destruídas. E por qual motivo não há tropas de outros países no conflito para ajudar?

Veja também: Guerra entre Rússia e Ucrânia: entenda a crise entre os países

Bem, a verdade é que não é tão simples querer e poder ajudar em uma situação dessa magnitude. E, basicamente, são dois motivos que impedem outros países de se envolverem diretamente no conflito:

  1. A Ucrânia não faz parte da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte);
  2. E um eventual envio de militares contra uma potência nuclear como a Rússia poderia levar a um confronto de proporções incalculáveis.

O artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte, que rege a Otan, prevê que um ataque armado contra um dos membros é considerado um ataque a todos, o que abre caminho para uma defesa coletiva – e uma Guerra Mundial.

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Em entrevista para o UOL Notícias, Leandro Gavião, doutor em História pela Uerj (Universidade do Estado do Rio) e professor da Universidade Católica de Petrópolis (RJ), explicou:

“A principal razão pela qual a Ucrânia sofre com a falta de apoio militar se deve ao fato de o país não integrar a Otan. Normalmente, os sistemas de alianças funcionam a partir da lógica de que um ataque contra um país do grupo significa um ataque contra todos os demais estados-membros, o que não é o caso da Ucrânia.”

Na sexta-feira, 25/02, o presidente ucraniano chegou a afirmar que o país se defende sozinho contra a Rússia, e fez uma referência aos Estados Unidos quando disse que “o país mais poderoso do mundo olhou de longe.”

Mais tarde, porém, Zelensky disse, por meio das redes sociais, que chegou a um novo acordo com os EUA sobre mais sanções à Rússia e uma coalizão antiguerra.

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A ajuda para a Ucrânia vai de outras formas

Por mais que não possam enviar tropas para o conflito, países europeus estão ajudando a Ucrânia de outras formas.

Na última quarta-feira (23), o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou o envio de armas para a Ucrânia.

Na sexta, dia 25, o ministro da Defesa da Polônia, Mariusz Blaszczak, anunciou pelas redes sociais o envio de um comboio com munição.

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No sábado, dia 26, foi a vez de o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmar que fornecerá equipamentos de defesa ao país do Leste Europeu.

O professor de Relações Internacionais da USP, Kai Enno Lehmann, diz não acreditar que haja vontade política dos países ocidentais num apoio militar à Ucrânia.

“Estariam entrando numa guerra com uma das forças armadas mais poderosas do mundo. E assumiriam um risco enorme de perda de vidas, o que não é um custo que governos ocidentais estão dispostos a assumir. Os custos financeiros, econômicos e políticos seriam muito altos, sem uma garantia de apoio da opinião pública no longo prazo. É uma guerra que não acabaria em cinco dias, em uma semana.”

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Veja também: Se o Brasil entrasse em guerra, quem seria convocado ou dispensado?

Fonte: UOL Notícias

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