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Covid: reflexos da pandemia na economia brasileira

Os empregos estão voltando, mas com salários muito precários, quase caindo pela metade nas mesmas funções de antes

Crédito: Freepik

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A pandemia da Covid-19 trouxe uma crise que provocou uma bagunça no mercado de trabalho brasileiro. Atualmente, a soma de todos os salários dos 95 milhões de ocupados no país representa menos de um terço do Produto Interno Bruto (PIB).

O que acontece é que as empresas estão voltando a contratar funcionários, depois de um período de muitas demissões causadas pela Covid. No entanto, estão oferecendo salários bem menores para os mesmos cargos que recebiam quase o dobro.

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Crise da Covid faz voltar emprego, mas com salários menores

De acordo com cruzamento feito pela Corretora Tullet Prebom Brasil, a fatia de rendimentos do trabalho correspondia a 35,4% do PIB em fevereiro de 2020, antes da pandemia, caindo para 30,2% em abril de 2021, auge dos casos de Covid-19 no país.

Isso significa que os níveis da principal fonte de renda dos trabalhadores brasileiros não voltaram – e nem devem voltar tão cedo – ao que era antes da pandemia, nem mesmo com a inclusão dos salários de mais 12 milhões de trabalhadores, desde o segundo trimestre de 2020.

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Muitos empregados estão ganhando apenas um salário mínimo

As vagas de emprego estão reaparecendo, mas as pessoas estão ganhando menos. Ao mesmo tempo, os preços de produtos e serviços estão subindo. Como resultado, vemos menos recursos circulando para consumo e poupança. Simplesmente não sobra dinheiro para investir em qualidade de vida e pensar no futuro.

A massa de salários mensal caiu R$ 18 bilhões em relação ao início da pandemia da Covid, descontando a inflação. Eram R$ 250,5 bilhões em fevereiro de 2020, caindo para R$ 232,6 bilhões em janeiro deste ano.

De março de 2020 até dezembro de 2021, mais 6,5 milhões de trabalhadores engrossaram o grupo que ganha até um salário mínimo. Isso não acontecia desde 2012, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.

De acordo com o cruzamento feito pela LCA Consultores, atualmente, são 33,8 milhões com esses baixos salários, 35,3% dos ocupados. Em março de 2020, eram 29,2%.

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Segundo Bráulio Borges, economista da LCA Consultores e pesquisador da FGV, em entrevista para O Globo, “nunca teve tanta gente empregada ganhando até um salário mínimo. Há uma precarização do mercado de trabalho, com informalidade e subemprego, com a massa de rendimento do trabalho caindo bastante, voltando aos níveis de quatro, cinco, seis anos atrás.”

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A perspectiva não é boa para os próximos anos

A estimativa é que a massa de renda total cresça 1,7% em 2022, através de transferências do governo, reajustadas pela inflação, e do Auxílio Brasil, de R$ 400, bem acima da média de R$ 190 do Bolsa Família e com mais 3 milhões de beneficiados.

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Mas, quanto aos salários, não há boa perspectiva. De acordo com o economista da consultoria Lucas Assis, para O Globo, “o rendimento ainda deve continuar em queda: 4% na média do ano. Vamos para o terceiro ano seguido sem reajuste real do salário mínimo. E não há perspectiva de que isso mude até 2026. A pandemia piorou o que já era ruim. Vamos continuar com a taxa de desemprego em dois dígitos por muitos anos. As condições de vida dos brasileiros estão bastante deterioradas.”

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Fonte: O Globo Economia

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